Desreguladores Endócrinos no Meio Ambiente e o Uso de Potenciais Bioindicadores

Autores

  • Joyce de Araújo Schiavini
  • Carlos Eduardo Cardoso
  • William Costa Rodrigues

DOI:

https://doi.org/10.21727/teccen.v4i3.279

Palavras-chave:

Hormônio. Indicadores biológicos. Recurso hídrico. Xenobióticos.

Resumo

Os disruptores endócrinos são substâncias que interferem no funcionamento natural do sistema endócrino de homens e animais, estes por sua vez podem ser utilizados como bioindicadores, já que interagem direta ou indiretamente com estas substâncias. O presente trabalho apresenta o estado da arte sobre os desreguladores endócrinos no meio ambiente e o uso potencial de bioindicadores na detecção destas substâncias. A partir dos dados levantados na literatura científica, verifica-se um crescimento no uso de desreguladores endócrinos ao longo do tempo e que os processos de tratamentos dos efluentes contaminados com estas substâncias são incipientes e pouco aplicáveis. Apesar da ampla utilização dos bioindicadores para detecção de substância xenobióticas verifica-se que pouco deles tem resposta direta e precisa dos disruptores endócrinos, permitindo estudos mais aprofundados para aperfeiçoar e selecionar espécies mais eficientes no processo de indicação de alterações de qualidade ambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alford, A.R.; Richards, J.R. (1999) Global Amphibian Declines: a problem in applied ecology. Annual Review of Ecology and Systematics. 30:133-165.

Alvim, L. B.; Kummrow, F.; Beijo, L. A; Lima, C. A. de A.; Barbosa, S. (2011) Avaliação da citogenotoxicidade de efluentes têxteis utilizando Allium cepa L.. Ambi-Agua, 6: 255-265.

Amaral, A.M, Barbério, A., Voltolini, J.C. e Barros, L. (2007). Avaliação preliminar da citotoxicidade e genotoxicidade, da água da bacia do rio Tapanhon (SP- Brasil) através do teste Allium (Allium cepa). Revista Brasileira de Toxicologia, 20: 65-72.

Arias, A.R.L, Buss, D.F., Alburquerque, C., Inácio, A.F., Freire, M.M., Egler, M., Mugnai, R. e Baptista, D.F. (2007). Utilização de bioindicadores na avaliação de impacto e no monitoramento da contaminação de rios e córregos por agrotóxicos. Ciência & Saúde Coletiva. 12: 61-72.

Bila, D.M. e Dezotti, M. (2007). Desreguladores endócrinos no meio ambiente: efeitos e conseqüências. Química Nova, 30: 651-666.

Bila, D.M. (2005). Degradação e remoção da atividade estrogênica do desregulador endócrino 17β-estradiol pelo processo de ozonização. Universidade Federal do Rio de Janeiro/ COPPE. Tese de doutorado, 281p.

Brasil (1998). Recursos hídricos no Brasil. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal: Secretaria de Recursos Hídricos. 33p.

Burgmer, T., Hillebrand, H. e Pfenninger, M. (2007). Effects of climate-driven temperature changes on the diversity of freshwater macroinvertebrates. Oecologia 151: 93-103.

Buss, D.F., Baptista, D.F. e Nessimian, J.L. (2003). Bases conceituais para a aplicação de biomonitoramento em programas de avaliação da qualidade da água de rios. Caderno de Saúde Pública. 19: 465-473.

Cajaraville M.P., Bebianno, J.M., Blasco J., Porte, C., Sarasquete, C. e Viarengo, A. (2000). The use of biomarkers to assess the impact of pollution in coastal environments of the Iberian Peninsula: a practical approach. Science of the Total Environment. 247:295-311.

Castillo, L.E., Martínez, E., Ruepert, C., Savage, C., Gilek, M., Pinnock, M. e Solis, E. (2006). Water quality and macroinvertebrate community response following pesticide applications in a banana plantation, Limon, Costa Rica. Science of the Total Environment. 367: 418-432.

Collins, J.P. e Storfer, A. (2003) Global amphibian declines: sorting the hypotheses. Diversity and Distributions, 9:89-98.

Daniel, M.H.B., Montebelo, A.A., Bernardes, M.C., Ometto, J.P.H.B., Camargo, P.B., Krusche, A.V., Ballester, M.V., Victoria, R.L. e Martinelli, L.A. (2002). Effects of urban sewage on dissolved oxygen, dissolved inorganic and organic carbon, and electrical conductivity of small streams along a gradient of urbanization in the piracicaba river basin. Water, Air, and Soil Pollution. 136: 189-206.

Erickson B.E. (2002). Analyzing the ignored environmental contaminants. Environmental Science & Technology, 36:140A–5A. Fernandez, M.A., Limaverde, A.M., Castro, I.B., Almeida, A.C.M. e Wagener, A.L.R. (2002). Occurrence of imposex in Thais haemastoma: possible evidence of environmental contamination derived from organotin compounds in Rio de Janeiro and Fortaleza, Brazil. Caderno de Saúde Pública. 18: 463-476.

Ferreira, M.G.M. (2008). Remoção da atividade estrogênica de 17β-estradiol e de 17α-etinilestradiol pelos processos de ozonização e O3/H2O2. Tese de Doutorado, 173p.

Ghiselli, G. e Jardim, W.F.(2007). Interferentes endócrinos no ambiente. Química Nova, 30: 695-706.

Hacon, S.S. (2003) Avaliação e gestão do risco ecotoxicológico à saúde humana. p 246-322. In: Azevedo, F.A. e Chasin, A.A.M. (Coordenadores). As bases Ecotoxicológicas da Ecotoxicologia. Rima/Intertox: São Paulo. 322p.

Jackson, R.B., Carpenter, S.R., Dahm, C.N., McKnight, D.M., Naiman, R.J., Postel, S.L. e Running, S.W. (2001). Water in a changing world. Ecological Applications. 11: 1027-1045.

Klumpp, A., Wolfgang, A., Klumpp, G. e Fomin, A. (2001). Um novo conceito de monitoramento e comunicação ambiental: a rede europeia para a avaliação da qualidade do ar usando plantas bioindicadoras (EuroBionet). Revista Brasileira de Botânica. 24: 511-518

Koh, Y.K.K., Chiu, T.Y., Boobis, A., Cartmell, E., Scrimshaw, M.D. e Lester, J.N. (2008). Treatment and removal strategies for estrogens from wastewater. Environmental Technology, 29, 245-267.

Lacorte, S. e Barcelo, D. (1995) Determination of organophosphorus pesticides and their transformation products in river water by automated on-line solid-phase extraction followed by thermospray liquid chromatography-mass spectrometry. Journal of Chromatography A.712: 103-112.

Lim, H.S. (2003). Variations in the water quality of a small urban tropical catchment: implications for load estimation and water quality monitoring. Hydrobiologia. 494: 57-63.

Lintelmann, J., Katayama, A., Kurihara, N., Shore, L. e Wenzell, A. (2003). Endocrine Disruptors in the environment (IUPAC TECHNICAL REPORT). Pure and Applied Chemistry, 75: 631-682.

Magalhães, D.P. e Ferrão Filho, A.S. (2008). A Ecotoxicologia como ferramenta no biomonitoramento d eecossistemas aquáticos. Oecologia Brasiliensis. 12: 355-381.

Meybeck, M. (1998). Man and river interface: multiple impacts on water and particulates chemistry illustrated in the Seine river basin. Hydrobiologia. 373: 1-20.

Moreno, P. e Callisto, M. (2006). Benthic macroinvertebrates in the watershed of an urban reservoir in southeastern Brazil. Hydrobiologia. 560: 311-321.

Reis Filho, R.W., Araújo, J.C. e Vieira, E.M. (2006). Hormônios sexuais estrógenos: contaminantes bioativos. Química Nova, 29: 817-822.

Reis Filho, R.W., Luvizotto-Santos, R. e Vieira, E.M. (2007). Poluentes Emergentes como Desreguladores Endócrinos. Journal of the Brazilian Society of Ecotoxicology, 2: 283-288. Resh, V.H. (2007). Multinational, freshwater biomonitoring programs in the developing world: lessons learned from African and Southeast Asian river surveys. Environmental Management. 39: 737-748.

Rosa, R.M.R. (2008). Contribuição para o estudo de Compostos Desreguladores Endócrinos (EDC) em estações de tratamento de águas residuais (ETAR): estudo da remoção de EDC’S numa ETAR com tratamento terciário. Universidade Nova de Lisboa. Tese de Mestrado. 143p.

Santana, F., Muelle, H., Mateus, E. e Sepúlveda (2002). Avaliação de impactos da aplicação no solo de compostos disruptores endócrinos. p. 15-26 In: Duarte, A., Santos, T.R., Panteleitchouk, A. e Prego, R. Ecotoxicologia e Remoção de Poluentes: Estudos na Península Ibérica. Coleção Estudos e Documentos. Instituto Piaget: Lisboa, 252p.

Stuart, S.N., Chanson, J.S., Cox, N.A., Young, B.E., Rodrigues, A.S.L., Fischman, D.L. and Waller, R.W. (2004). Status and trends of amphibian declines and extinctions worldwide. Science. 306: 1783-1786.

Thompson, S., Tilton, F., Schlenk, D. e Benson W.H. (2000). Comparative Vitellogenic Responses in Three Teleost Species: Extrapolation to in Situ Feld Studies. Marine Environmental Research, 51: 185-189.

Downloads

Publicado

2016-11-17