Estenose de via biliar após colecistectomia – Relato de caso

Autores

  • Mariana Ferraz Papandréa
  • Fernanda Figueira Feijó
  • Rafael Neto Pereira
  • Hemerson Garcia de Oliveira Silva
  • Mariana Nogueira Couri
  • Aline Trovão Queiroz

Resumo

Hiperbilirrubinemia conjugada pode ser causada por um amplo espectro de patologias, sendo a obstrução litiásica uma das mais frequentes. O principal sintoma associado a patologia de via biliar é a dor continua, localizada em hipocôndrio direito e/ou epigástrio. Na história natural da litíase biliar, 40 a 60% são assintomáticos. Dos pacientes que se tornam sintomáticos com indicação para colecistectomia, 60 a 70% se apresentam sob a forma de colecistite calculosa. A técnica cirúrgica aberta foi tratamento padrão até a década de 80, hoje a videolaparoscópica apresentou grande avanço sendo que na colecistectomia encontrou sua melhor aplicação. Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de estenose de via biliar após colecistectomia. Paciente, 27 anos, sexo feminino, com náuseas, vômitos e plenitude pós prandial, realizou ultrassonografia de abdome em 06/2015 que evidenciou litíase biliar. Foi submetida à colecistectomia eletiva no dia 02/16 e no quarto dia de pós-operatório evoluiu com icterícia obstrutiva associada a colúria e acolia sendo Bilirrubina Total: 9,78 mg/dl, bilirrubina direta: 7,18mg/dl. Uma nova USG Abdome foi realizada e evidenciou presença de imagem anecóica em topografia e vesícula medindo 52mm em eixo longitudinal, sem dilatação de vias biliares. Constatou-se também gestação tópica compatível com 18 semanas. Paciente evoluiu com icterícia flutuante e realizou colangiorressonância (03/16) que mostrou presença de estenose da confluência dos hepáticos principais, sugerindo uma obstrução extrínseca ou intrínseca. Optou-se por abordagem cirúrgica para drenagem de via biliar com dreno de kehr. Manteve sob os cuidados médicos via ambulatorial. Efetuou Ultrassonografia morfológica (abril/2016) que revelou feto sem atividade cardíaca sendo indicado cerariana de urgência. Deu segmento a investigação sendo solicitado colangiopancreatografia endoscópica retrograda na tentativa de tratamento endoscópico porém, foram realizadas duas tentativas sem sucesso e assim indicado abordagem cirúrgica. Lesão iatrogênica é mais comumente relacionado a estas complicações. Na maioria das vezes o diagnóstico é feito no pós-operatório, através de icterícia ou sinais de fístula biliar. Os exames de imagem são importantes no diagnóstico e programação cirúrgica. Dentre as várias classificações existentes, destaca-se a classificação de Bismuth usada em estenoses tardias decorrentes de lesões térmicas ou de ligaduras bem próximas à via biliar. Conclusão: lesão de via biliar deve ser tratada com seriedade dado o grande risco de complicações aumentando a morbidade e mortalidade dos pacientes.

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Referências

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Publicado

2017-08-31

Como Citar

Papandréa, M. F., Feijó, F. F., Pereira, R. N., Silva, H. G. de O., Couri, M. N., & Queiroz, A. T. (2017). Estenose de via biliar após colecistectomia – Relato de caso. Revista De Saúde, 8(1 S1), 107–108. Recuperado de http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RS/article/view/1027

Edição

Seção

Resumo - Suplemento