A amamentação e o trabalho informal: a vivência de mães trabalhadoras

Autores

  • Karina Viana Ribeiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO
  • Camila Lamônica Vieira Florentino Fundação Rio Saúde.
  • Débora Cristina de Almeida Mariano Ministério da Saúde.
  • Patrícia Lima Pereira Peres Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
  • Benedita Maria Rêgo Deusdará Rodrigues Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Palavras-chave:

Aleitamento Materno. Enfermagem, Saúde Pública, Trabalho Feminino.

Resumo

Introdução: Esse estudo teve como objetivo compreender como as mulheres trabalhadoras informais vivenciam a amamentação. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado em duas unidades básicas de saúde da família, no município de Nilópolis. As participantes foram treze trabalhadoras informais com idade entre 19 e 56 anos, em sua maioria manicures (24%), que vivenciaram a prática do aleitamento materno. Utilizou-se entrevista semiestruturada e para análise foi empregada a análise de conteúdo. Resultados: Emergiram das falas três categorias temáticas: a informalidade do trabalho e suas implicações para o aleitamento materno; reconhecimento da importância do leite materno para a saúde da criança; uso de estratégias para manutenção do aleitamento materno. Discussão: O fato de mulher ter que retornar ao trabalho antes do quarto mês de vida da criança leva à separação por um período prolongado da mãe e da criança e, consequentemente, favorece o desmame precoce. No entanto, as mulheres do estudo consideraram o aleitamento materno algo importante para a saúde de seu filho e relataram o uso de algumas estratégias para manter essa prática, mesmo diante das dificuldades. Considerações finais: É importante que a enfermagem investigue, discuta e planeje formas de oferecer suporte às mães que são trabalhadoras informais, tendo em vista prestar uma assistência de acordo com suas necessidades. Para isso, o profissional deve acompanhar esta população desde o pré-natal, com acolhimento e escuta do seu cotidiano e como ela pretende conciliar o seu trabalho com a amamentação, auxiliando na resolução de possíveis dificuldades.

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Biografia do Autor

Karina Viana Ribeiro, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO

Mestre em Enfermagem pelo PPGENF/UNIRIO. Especialista em Saúde da Família. Enfermeira da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ/Rio de Janeiro/RJ/Brasil.

Camila Lamônica Vieira Florentino, Fundação Rio Saúde.

Especialista em Enfermagem do Trabalho. Enfermeira da Fundação Rio Saúde/Rio de Janeiro/RJ/Brasil.

Débora Cristina de Almeida Mariano, Ministério da Saúde.

Mestre. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Enfermeira do Ministério da Saúde/Brasília/DF/Brasil.  

Patrícia Lima Pereira Peres, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutora. Professora Assistente da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ/Rio de Janeiro/RJ/Brasil. 

Benedita Maria Rêgo Deusdará Rodrigues, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutora. Professora Titular da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ/Rio de Janeiro/RJ/Brasil. 

Referências

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Publicado

2017-12-01