A Educação Moral e Cívica na Construção de ser brasileiro: Um indivíduo obediente, cristão e anticomunista

Autores

  • Catia Maria da Silva SEEDUC COLÉGIO ESTADUAL CENTENÁRIO
  • Maria Elisa Carvalho Bartholo Universidade Severino Sombra

DOI:

https://doi.org/10.21727/rm.v8i1.467

Palavras-chave:

anticomunismo, discurso, disciplina, segurança nacional, moral, cívico.

Resumo

O anticomunismo no Brasil foi o palco onde tanto os políticos quanto os civis da década de 60, tiveram que atuar. Estudantes e trabalhadores levados pelas condições sociais viam nas propostas comunistas uma possibilidade para uma vida menos árdua. Ações e ideais anticomunistas se fizeram presente desde a década de 20 no Brasil, porém, é a partir da revolução de Cuba, com a política interna de autossuficiência e uma não dependência dos E.U.A, que a sociedade brasileira vê um perigo real, devido à proximidade do novo país socialista. E é nesse cenário de guerra fria e lutas ideológicas que Jânio Quadros renuncia à presidência do Brasil e cede espaço a João Goulart, então vice-presidente. Foi sob uma intensa desconfiança nas ações políticas do então presidente Goulart, que decide por da continuidade à politica de não dependência aos E.U.A e sua aproximação dos países socialistas, que se tem o desfecho do golpe civil militar em 1964. Golpe planejado pelas forças armadas brasileiras, mas que encontrou apoio na população civil do país. Tendo como base a doutrina de segurança nacional, o regime militar buscou reorganizar algumas instituições nacionais e uma delas foi a educacional. Através do decreto-lei n° 869 de 12 de setembro de 1969, que tornou obrigatório o ensino da disciplina de EMC em todos os anos escolares. Disciplina imposta pelo regime e que tinha um único objetivo, o de incutir no indivíduo uma moral do cidadão ao mesmo tempo em que combatia o perigo vermelho.

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Publicado

06/01/2017

Edição

Seção

Artigos de Demanda Contínua