A Clínica das Mulheres: Erotomania e Devastação

Autores

  • Fernanda Cabral Samico

DOI:

https://doi.org/10.21727/rm.v3i1.168

Palavras-chave:

Psicanálise. Feminino. Devastação. Parceria.

Resumo

O discurso das mulheres é marcado por uma condição que não comparece no discurso dos homens: a familiaridade com o S . Isso marca uma especificidade no discurso das mulheres, em análise, e em seus enlaces amorosos, inclusive os transferenciais, pois perpassam a condição feminina que carregam. Esta especificidade está na maneira com que enlaçam o amor e a questão de sua própria existência. Desde Freud, sabemos que, com a castração há a inscrição de uma falta articulada ao significante, o que leva uma mulher a reeditar seu vínculo pré-edipiano com o Outro primordial, na esperança de obter um significante que a represente como mulher. A insistência desse endereçamento de demanda infinita de amor, Lacan nomeia de devastação. Para as mulheres, amor e devastação possuem estreito parentesco porque ambos estão sob o registro do sem limite e da falta de significante no Outro. Diante da falta de um significante que defina o que é uma mulher, a devastação comparece como resposta no relacionamento entre mãe e filha, nas parcerias amorosas e nas relações transferenciais em análise.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVARENGA, E. “Devastação na psicose.” In: Clique - O sexo e seus furos. Páginas

-49. Revista dos Institutos Brasileiros de Psicanálise do Campo Freudiano. Rio de Janeiro, 2003.

BROUSSE, M-H. “Uma dificuldade na análise das mulheres: a devastação da relação com a mãe.” Revista Latusa: A política do medo e o dizer do psicanalista, v.9, 2004,

p.203-218. Rio de Janeiro.

CALDAS, H. “Cartas de amor semblante”. Revista Latusa: Sintoma e Semblantes na Vida e na Análise. v. 14, 2009, p. 53-64. Rio de Janeiro, 2009.

DRUMMOND, C. “A Devastação”, endereço: http://www.ebp.org.br/biblioteca/pdf_

biblioteca/Cristina_Drummond_A_devastacao.pdf, Acesso em 01/07/2010.

FREUD, S. “À Guisa de Introdução ao Narcisismo” [1914]. In Escritos sobre a psicologia do inconsciente, páginas 95-119. Rio de Janeiro: Imago, 2004.

LACAN, J. “Diretrizes para um congresso sobre a sexualidade feminina” [1958]. In

Escritos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998, páginas 734-745.

__________. “O Aturdido”. In Outros Escritos, páginas 448-497. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

_________. “Televisão”. In Outros Escritos, páginas 508-543. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003

_________. “O Seminário”. In Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,

MILLER, J.A. “A criança entre a mulher e a mãe”. Revista Opção Lacaniana, Rio de Janeiro, v. 2, 1998, p. 7-12. Rio de Janeiro___________. “Uma partilha sexual” Clique: Revista dos Institutos Brasileiros de Psicanálise do Campo Freudiano. - O sexo e seus furos. v. 2, p. 13-29. Rio de Janeiro, 2003.

MURTA, C. “O amor entre filosofia e psicanálise”. in Revista do Departamento de Psicologia da UFF. Niteroi: v. 18, n. 1, p. 57-70, 2006.

ROUDINESCO, Elizabeth. & PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.

SOLER, Collete. O que Lacan dizia das mulheres. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

Downloads

Publicado

09/30/2016

Edição

Seção

Artigos de Demanda Contínua