Relação entre processo de trabalho e adoecimento mental da equipe de enfermagem

Autores

  • Carla Caroline Edivaldo Alvim Universidade Federal Fluminense-UFF
  • Marilei de Melo Tavares e Souza Universidade Severino Sombra
  • Linda Nice Gama Universidade Federal Fluminense
  • Joanir Pereira Passos

Palavras-chave:

Enfermagem, Carga de Trabalho, Doença Mental

Resumo

Trabalhadores da Enfermagem costumam apresentar relatos de agravos a sua própria saúde. O impacto de excessivas horas destinadas às atividades laborais é preocupante e motivou a existência de regulamentações sobre este problema. A jornada de trabalho pode se tornar elemento que propicia desgaste e sofrimento ao trabalhador; quando o contexto organizacional desencadeia sofrimento, o indivíduo busca desenvolver mecanismos de defesa para tentar diminuí-lo. O estudo objetiva conhecer a relação do processo de trabalho da equipe de enfermagem como fator gerador de adoecimento desses profissionais a partir de estudos já existente. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa. De publicações indexadas nas bases BVS, LILACS, SCIELO e BDENF a partir dos seguintes descritores: enfermagem and carga de trabalho and doença mental. O recorte temporal foi de 2011 a 2015, com coleta de dados em setembro de 2015. Serviram para o estudo 10 artigos. Os resultados mostraram problemas relacionados ao estresse, aos acidentes e riscos ocupacionais e à dor músculo esqueléticos, Lert/Dort. Trabalhadores doentes geram altos custos para as instituições, sobrecarregam a equipe e geram uma assistência de má qualidade. Em síntese, deve ser garantido ao trabalhador, boas condições de trabalho, com um ambiente que os favoreçam. Com atenção voltada à capacitação profissional, para que entendam os riscos que se assumem quando não se respeita seus limites físicos e mentais, e que é preciso horas de descanso e lazer para se obter qualidade de vida.

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Biografia do Autor

Carla Caroline Edivaldo Alvim, Universidade Federal Fluminense-UFF

Enfermeira, Pós-Graduação Lato Sensu em Enfermagem do Trabalho pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa - Universidade Federal Fluminense - EEAAC/UFF

Marilei de Melo Tavares e Souza, Universidade Severino Sombra

Psicóloga, Professora do Curso de Especialização em Enfermagem do Trabalho, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, da Universidade Federal Fluminense - EEAAC/UFF, Niterói/RJ. Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Severino Sombra. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências – PPGENFBIO

Linda Nice Gama, Universidade Federal Fluminense

Enfermeira. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFF. Professora do Curso de Especialização em Enfermagem do Trabalho. E do Curso de Graduação em Enfermagem. Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, da Universidade Federal Fluminense - EEAAC/UFF

Joanir Pereira Passos

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Titular de Enfermagem de Saúde Pública da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - UNIRIO. Coordenadora do Curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Biociências da UNIRIO

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Publicado

2017-06-01